domingo, 26 de outubro de 2025

O DOCE VENENO


                                                                          Sorrias...

e eu acreditava

e na tua voz

havia mel e promessa

mas sob o brilho que me enfeitiçava

morava a sombra

fria e distante

 

Falavas em “sempre” dizias “destino”

e teus olhos

espelhos de calma e paixão

mas cada gesto era um desatino

um teatro montado no meu coração

 

Beijei-te, cego

em pura devoção

sem ver que o toque

era pura encenação

 

Teu amor...

uma miragem em pleno deserto

belo de longe

vazio de perto

 

Agora restam cinzas e disfarces

o eco oco de um “nós” inventado

um amor de vidro

partido em mil partes

reluzindo ainda...

mas já despedaçado.

 

Mário Margaride


2 comentários:

  1. Triste poema. Me gusto mucho. te mando un beso.

    ResponderExcluir
  2. Um poema de tema triste, sem contudo, perder a beleza dos versos. Muita luz e paz. Uma ótima semana. Abs

    ResponderExcluir

O DOCE VENENO

                                                                          Sorrias... e eu acreditava e na tua voz havia mel e promessa mas s...