segunda-feira, 25 de agosto de 2025

"INCÊNDIO"

  

Ardeu

como chama solta em campo seco

sem aviso, sem pudor

beijo voraz, olhar de abismo

fomos dois corpos em pleno ardor

 

Foste febre, sede, vertigem

nos teus braços, perdi o chão

era delírio, era vício, era miragem

mas foi intensa e voraz paixão

 

Foi daquelas que rasgam sem piedade

que não perguntam se vai doer

um toque teu era tempestade

e eu? sem abrigo para me esconder

 

Inventámos fantasias em segundos

mentimos com os olhos, com a pele

mas nada em nós cabia no mundo

só o excesso, o sal...o fel

 

Agora, resta só o cansaço

de um amor que foi incêndio e ruína

queimou tudo, até o compasso

do coração, que já não atina

 

Foi paixão sim, da mais real

mas dessas que vêm sempre a sorrir

fogo lindo, cruel, infernal...

que ensinou a amar...e a destruir.

 

Mário Margaride




4 comentários:

  1. Querido Mario, precioso poema sensual y apasionado, me encantó
    ♥¡Feliz inicio de semana!♥
    ♥Abrazos y te dejo besitos♥
    ♥♥♥♥♥♥GRACIAS♥♥♥♥♥♥

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  2. Boa noite, Mário.
    Este poema é uma torrente de fogo e cinzas.
    Captura com rara intensidade a dupla face da paixão: embriaguez sublime e ardor destrutivo.
    A sinceridade crua confere ao texto uma força visceral, quase selvagem, mas poeticamente comovente.
    Sentimos que você transformou uma experiência dolorosa em uma obra vibrante, onde o amor se torna tanto uma bênção quanto uma cicatriz.

    Boa noite, beijos.
    Véronique

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  3. Mário um precioso e sensual poema que você trouxe. Mário bom domingo abraços.

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"INCÊNDIO"

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