Foi como cair
sem escadas, sem chão
apenas o impulso do corpo
a obedecer a algo que não era razão
Estavas ali...
e isso bastava
para que tudo o resto deixasse de importar
As promessas
os medos
a vida antes de ti
nada mais tinha voz
Tocaste-me
como se o mundo estivesse a acabar
e eu deixei
Porque, naquele instante
acabar
parecia mais suportável do que resistir
Era paixão, dizem
mas era mais do que isso...
era uma espécie de fúria
uma necessidade de perder-me em ti
até não sobrar nome
nem memória
Fomos tudo de uma vez
rápido, intenso, impossível
E como tudo o que queima depressa
ficámos em cinzas
Agora
olho o vazio
que ficou onde antes havia pele
e percebo
não era amor
era só uma explosão
de tudo o que não sabíamos segurar.
Mário Margaride
Boa noite, Mário, rendo-me aos teus versos. Belíssima poesia! Aplausos. Muita luz e paz. Um ótimo final de semana. Abs
ResponderExcluir