Dás-me a mão
mas estás sempre com pressa
Dizes que gostas de mim como sou
mas tentas mudar os detalhes
E eu, que finjo não notar
vou moldando o riso
até já não saber se é meu
Dormimos juntos
mas sonhamos sozinhos
Acordamos de costas
numa cama onde sobra o meio
Queres estabilidade
mas não suportas rotina
Queres paixão
mas não sabes o que fazer com ela quando chega
Eu digo que está tudo bem
mas ando a traduzir silêncios
como quem decifra códigos de guerra
Prometemos sinceridade
mas praticamos diplomacia
disfarçamos mágoas com ironias
guardamos mágoas como trunfos
E ainda assim, há dias bons
café feito antes de eu acordar
um riso partilhado no meio do caos
um gesto simples, que por segundos
parece amor sem esforço
Mas depois volta o ruído
pequenas falhas que gritam alto
aquela sensação de que estamos
sempre a tentar salvar algo
que talvez já não queira ser salvo.
Mário Margaride
O teu poema toca fundo na alma — fala do amor que muda, que se apaga lentamente, mas que deixa marcas inesquecíveis. Obrigada por partilhares essa honestidade poética.
ResponderExcluirCom amor,
Daniela Silva 🩷🦋
alma‑leveblog.blogspot.com — espero pela tua visita no blog
Querido Mario, precioso poema.
ResponderExcluirCuando el amor se va, llega el silencio y no hay que aferrarse a una rutina que no te hace feliz, me encantó
♥♥♥Querido amigo♥♥♥
♥Te deseo de todo corazón un♥
♥¡Feliz fin de semana!♥
♥Abrazos y te dejo besitos♥
Olá, amigo Mário!
ResponderExcluirNunca li um poema tão cheio de realidade de um relacionamento que virou rotina e que apenas somam anos juntos, não mais.
O mundo ainda tem muitos assim. É pena!
Morre-se sem se ser feliz, de fato.
Muito bem construído e sensível.
Tenha um final de semana abençoado!
Abraços fraternos de paz