sexta-feira, 11 de julho de 2025

O SENTIR, NAS SUAS CONTRADIÇÕES


No silêncio da noite

o coração sussurra

emaranhado num mar de emoções

Onde o sentir se inquieta

num labirinto de contradições

 

Amar e temer

como fios entrelaçados

caminhando na corda bamba da paixão

 

O amor, doce e amargo

como um vinho antigo

às vezes suave como o vento

acariciando a pele

outras vezes

um furacão que arrasta tudo consigo

nas contradições do sentir

encontramos abrigo

 

A saudade

essa faca de dois gumes

corta profundamente

mas também nos mantém vivos

 

É o eco das memórias

o perfume das lembranças

um paradoxo que nos faz sorrir e chorar

 

E o medo? Esse companheiro fiel

que nos impede de voar

mas também nos protege

 

Medo de perder

de se entregar

de ser vulnerável

uma dança entre coragem e fragilidade

 

Assim somos nós

seres de contradições

corações que pulsam entre o sim e o não

e na teia dos sentimentos

encontramos a nossa essência

e nos perdemos para nos reencontrar

 

Que as contradições do sentir

sejam a nossa poesia

a melodia que embala

as nossas noites solitárias

 

E que, no enigma do amor

encontremos a verdade

na dança eterna

entre o desejo

e a realidade.

 

Mário Margaride


Um comentário:

  1. Oi Mário
    Um sentir que tão bem soube traduzir nesse poema.
    Amar e temer , desejo e realidade o doce e o amargo , essas contradições que nos mantém vivos. Muito lindo, Mário .
    Deixo abraços ,desejando um feliz fim de semana., com toda inspiração e o dom da poesia que lhe é peculiar.

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O SENTIR, NAS SUAS CONTRADIÇÕES

No silêncio da noite o coração sussurra emaranhado num mar de emoções Onde o sentir se inquieta num labirinto de contradições   Amar e temer...